O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), realizou uma reunião na manhã desta terça-feira 23 com representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e da Fazenda para tratar sobre jogos online e apostas esportivas, as ‘bets’.
Esta é a segunda reunião de Alckmin sobre o tema, já que na segunda-feira 23 encontrou com representantes do varejo brasileiro. O setor cobra o governo por regras mais rígidas às apostas, como o fim da autorização do cartão de crédito.
A proibição do uso dos cartões já está prevista pelo Ministério da Fazenda para janeiro, mas a antecipação dessa medida vem sendo estudada pelos técnicos da Fazenda.
Além disso, a reunião discutiu a possibilidade da criação do Grupo de Trabalho Interministerial que com o jogo compulsivo como foco.
Nesta terça, o presidente Lula (PT) alertou para o aumento no endividamento dos mais pobres causado por jogos e apostas on-line. Segundo o presidente, o governo vai precisar regular o setor.
“Hoje, através de um celular, o jogo tá dentro da casa da família, tá dentro da sala. Nós estamos percebendo agora no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro fazendo aposta”, afirmou.
As falas de Lula foram no evento “Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo”, que acontece à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos.
Somente em agosto deste ano, as casas de apostas online abocanharam ao menos 3 bilhões de reais de beneficiários do Bolsa Família. É o que aponta um relatório do Banco Central sobre o mercado das bets no Brasil.
No universo de 5 milhões de pessoas que recebem o benefício, a média gasta por apostador foi de 100 reais. Desse grupo, 4 milhões (70%) são chefes de família, ou seja, quem de fato recebe o auxílio, e juntos eles enviaram 2 bilhões de reais (67%) diretamente para as bets.