O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) criticou governo de Nicolás Maduro na Venezuela com o termo “regime ditatorial”.
O deputado federal, que disputa a liderança na capital paulista com Ricardo Nunes (MDB), proferiu a declaração em entrevista nesta quinta-feira 26 à TV Globo.
“Um regime que persegue opositor, que faz eleição sem transparência, para mim não é democrático e ponto”, sintetizou o psolista, ao ser questionado sobre o seu apoio ou não ao governo Maduro. “Lógico, é um regime ditatorial.”
Desde que se lançou à prefeitura, Boulos lida com questionamentos a respeito da sua opinião sobre a Venezuela. No passado, ele já defendeu a sustentação do governo Maduro, a exemplo de quando, ao se candidatar à Presidência da República em 2018, indicou que não considerava a Venezuela uma ditadura.
A mudança de tom não decorre apenas da nova candidatura. Neste ano, Maduro vem sendo ainda mais pressionado pela comunidade internacional e perdeu o apoio de aliados históricos após ser acusado de perseguir opositores políticos. Outro ponto que pesa contra o presidente venezuelano é a suspeita de fraude na última eleição, realizada em julho.
A escalada de tensão na Venezuela forçou a saída do principal candidato de oposição a Maduro, Edmundo González Urrutia, do país. Ele fugiu para a Espanha depois que as autoridades venezuelanas ameaçaram prendê-lo.
O país também não divulgou as atas das eleições realizadas há quase dois meses. A oposição sustenta que Urrutia venceu o pleito, enquanto a Justiça venezuelana confirmou o triunfo de Maduro.
Na entrevista desta quinta, ao tratar da Venezuela e dos riscos à democracia, Boulos criticou Ricardo Nunes, dizendo que o prefeito considera a tentativa de golpe de Estado no 8 de Janeiro de 2023 “só uma manifestaçãozinha”.
