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Startup baiana inova e cria solução para atender condomínios

A MyCond atende tanto condomínios pequenos quanto grandes, a um custo considerado baixo.

Publicado em 30 de setembro de 2024 às 05:00

Ana Rita Oliveira é CEO da startup
Ana Rita Oliveira é CEO da startup Crédito: Divulgação

Ana Rita Oliveira é formada em Tecnologia da Informação e sempre foi empresária. Tem tino para os negócios. Ao se mudar para um condomínio-clube em Salvador, um dos maiores da cidade, percebeu que o local não dispunha de uma estrutura tecnológica e de segurança adequada para o grande empreendimento residencial. A realidade se repetia na maioria dos condomínios que conhecia: os moradores abriam o portão com chaveiros digitais ou biometria, enquanto os visitantes tinham acesso sem muito controle de segurança.

Ana Rita decidiu investigar mais a fundo, querendo comprovar o quão fácil era conseguir acesso a qualquer condomínio apenas apresentando uma “boa aparência” ou vestindo trajes bem alinhados. A triste realidade foi confirmada. “Muitas vezes, se você chegasse com um carro e tivesse boa aparência, conseguia entrar sem grandes dificuldades, o que me incomodou. Daí surgiu a ideia de desenvolver um controle de acesso específico para visitantes”, conta.

A empresária já havia gerido outras empresas, sempre no ramo de tecnologia, mas, diante de suas observações, decidiu, em 2016, abrir sua primeira startup, a MyCond, que oferece soluções de controle de acesso e serviços por meio de um aplicativo para condomínios.

“Antes, eu tinha empresas de prestação de serviços, com um ou dois grandes clientes. Minha vontade era ter um produto escalável, com um ticket mais baixo, para que nenhum cliente representasse uma parte significativa do faturamento. Isso era um trauma que eu tinha”, diz Ana Rita.

A proposta da MyCond, explica a CEO, é eliminar falhas humanas e garantir mais proteção para os moradores. Por meio da plataforma, baixada no celular, os residentes cadastram o reconhecimento facial, assim como funcionários e prestadores de serviço, sem a necessidade de ajuda da administração.

Os próprios moradores podem cadastrar visitantes diretamente pelo aplicativo e liberar suas entradas, evitando o processo manual tradicional. Além disso, os usuários podem visualizar o histórico de acesso às suas residências, discriminando, por horário, quem entrou e saiu. No mesmo aplicativo, também é possível emitir boletos e prestar contas.

“Nós criamos um aplicativo que, além de permitir a reserva de áreas comuns, também possibilita o cadastro de visitantes”, explica a criadora.

A MyCond atende tanto condomínios pequenos quanto grandes, a um custo considerado baixo. O aplicativo custa a partir de R$0,99 por unidade. Um dos condomínios de Salvador que utiliza a plataforma é o Celebration Garibaldi. Lá, a administração enfrentava o problema de pessoas diferentes circulando todos os dias devido aos aluguéis por temporada em aplicativos de acomodações. Os donos dessas unidades representavam apenas 3% dos moradores.

“Houve resistência por parte desses moradores, especialmente no que diz respeito ao uso do reconhecimento facial. Com o tempo, eles perceberam que precisavam se adequar”, relata o subsíndico Adriano Araújo.

Ainda de acordo com ele, foi necessário oferecer um suporte personalizado para os moradores idosos, que tinham mais dificuldade com a tecnologia.

“Estamos adicionando mais telas para que os porteiros possam supervisionar melhor as áreas do condomínio, já que eles não precisam mais ficar responsáveis apenas por abrir os portões. Assim, conseguem observar mais ambientes simultaneamente”, completa o subsíndico.

A MyCond, que atende mais de 3 mil condomínios, passou por duas rodadas de investimento: a primeira, logo antes da pandemia, em março de 2020, e a segunda, em novembro de 2022. Os valores dos aportes recebidos não puderam ser divulgados pela CEO por “questões contratuais”.

Com sede em Salvador, a MyCond é a única empresa de tecnologia condominial no Brasil liderada por mulheres. O quadro de colaboradores também é composto por 90% de profissionais do sexo feminino. No início, foi difícil conquistar o mercado do Sul-Sudeste, onde se concentram as startups, já que a empresa nasceu na Bahia, como relata a própria CEO.

“Sim, sofremos muito preconceito. Muitas vezes, nossas ligações não eram atendidas por terem o prefixo 71, e até hoje usamos números de São Paulo para aumentar a conversão de vendas. É triste, mas necessário. Durante muito tempo, escondemos que éramos de Salvador para poder crescer. Mas hoje, com orgulho, podemos dizer que somos daqui”, finaliza.

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