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Os partidos que mais venceram prefeituras e os que mais perderam após apuração do 1º turno das eleições – Política – CartaCapital

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Se a eleição municipal deste ano serve para medir o nível de força dos partidos políticos a nível nacional, com disputas em importantes cidades no País, o grande vencedor do primeiro turno deste ano foi o Partido Social Democrático (PSD). Com os dados consolidados das urnas, na noite do último domingo 6, a sigla comandada por Gilberto Kassab ganhou 882 prefeituras no primeiro turno. O PSD desbancou o MDB, que teve 882 candidatos vitoriosos.

A expressiva vitória do PSD fez a sigla reverter um fenômeno que marcava a política brasileira, pelo menos, desde as eleições municipais dos anos 2001: o fato de que o MDB era, rotineiramente, a sigla com a maior quantidade de prefeitos eleitos no País, desde os tempos em que ainda se chamava PMDB.

O crescimento do PSD nas eleições municipais é uma constante dos últimos pleitos. Fundada em 2011, a sigla abocanhou 488 prefeituras logo na sua primeira eleição, em 2012. Na seguinte, em 2016, venceu 538 cargos, e, na de 2020, ganhou 657 prefeituras. Na comparação entre a eleição anterior e esta, o PSD fez 225 prefeituras a mais.

Já o MDB vive um movimento um tanto inverso. Nas últimas décadas, o partido se habituou a emplacar nomes em cargos de peso como as presidências da Câmara e do Senado – a exemplo do ex-deputado federal Eduardo Cunha e do senador Renan Calheiros – e a vice-presidência da República (Michel Temer). Entretanto, em relação às prefeituras, os números estão em queda.

Na prática, a sigla chegou a eleger 1.190 prefeitos nas eleições de 2008 e seguiu acima dos quatro dígitos nos pleitos de 2012 e 2016. A eleição de 2020 marcou uma queda, com 793 eleitos. Neste ano, como mencionado, o número subiu, mas não o suficiente para evitar que o PSD tirasse a sigla da liderança do país.

Partido da Igreja Universal

Não foi apenas o MDB que viu a realidade mudar. A própria política brasileira passou – e passa – por um entranhado processo de transformação, com o surgimento e consolidação de siglas variadas e acolhedoras de candidaturas mais à direita. O fato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter sido eleito, em 2018, pelo inexpressivo PSC é um exemplo disso.

Por conta do fenômeno, um partido em ascensão nas campanhas pelas prefeituras do País é o Republicanos. Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, a sigla fez apenas 54 prefeitos em 2008 e 79 em 2012. A subida começou a ser verificada em 2016, quando o Republicanos elegeu 106 prefeitos, e se firmou em 2020, com a eleição de 213 prefeitos. Nada, porém, que se compare ao primeiro turno deste ano: a sigla saiu vencedora em 436 eleições municipais.

Na comparação entre as eleições de 2020 e 2024, o Republicanos foi o segundo partido que mais cresceu em número de prefeituras no primeiro turno, ficando atrás somente do PSD. Foram 223 prefeituras a mais para a sigla que tem nos seus quadros o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Tucanos em crise

Entre subidas e descidas, nenhum caso se compara ao do PSDB, pelo menos em termos de derrota. Depois de décadas de disputa contra o PT, da Presidência da República dos governos estaduais, os tucanos amargaram, nesta eleição de 2024, o mais baixo patamar de prefeitos eleitos em primeiro turno, em anos.

Foram meros 273 prefeitos eleitos pelo PSDB, representando uma queda de 250 vitórias, na comparação com 2020, quando a sigla 523 prefeitos no primeiro turno. O número atual é bem abaixo dos melhores tempos do PSDB na história recente, a exemplo dos 799 prefeitos eleitos no primeiro turno em 2016, ou das 776 vitórias em 2018.

E o PT?

Braço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT voltou a chefiar o Executivo Nacional com a vitória nas eleições presidenciais de 2022. Para além da vitória pessoal de Lula, após os anos em que esteve preso pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, o pleito de 2022 mostrou a volta do PT ao centro da cena política. A última imagem do partido tinha sido o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Com olhos mais direcionados ao futuro, o PT – e, especialmente, o presidente Lula – vê nas eleições de 2024 uma baliza para o pleito de 2026. Exemplo disso é a disputa pela prefeitura de São Paulo, em que, apesar de não ter candidato formal, o PT apoia a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) contra o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).

A nível nacional, o PT venceu 248 prefeituras no primeiro turno deste ano. O resultado é positivo, se comparado ao primeiro turno de 2020, quando os eleitos somaram 182. A presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann, disse que o resultado “mostra um processo de reconstrução do PT”.

O partido chegou a fazer 635 prefeituras no primeiro turno de 2012, quando disputava de frente com o antigo PMDB e o PSDB. O processo de impeachment, em 2016, marcou uma virada para baixo nas eleições, já que, no pleito daquele ano, foram apenas 254 eleitos no primeiro turno. De lá para cá, os números subiram, mas ainda estão distantes dos melhores tempos.

Mais do que isso, pesa na conta do primeiro turno da eleição municipal de 2024 o avanço do Centrão e da direita nas principais prefeituras do país. O PT ainda disputa o segundo turno em Porto Alegre, Fortaleza, Natal e Cuiabá.

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