A Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro condenou Marcelo Crivella, ex-prefeito da capital fluminense e deputado federal pelo Republicanos, à perda dos direitos políticos até 2028 no âmbito da investigação sobre um “QG da Propina” supostamente montado na sede do governo municipal.
Na ação, o bispo licenciado da Igreja Universal é acusado de chefiar uma organização criminosa que negociava com empresários os contratos públicos da prefeitura. O operador das transações, de acordo com o Ministério Público fluminense, seria Rafael Alves, homem de confiança do então prefeito.
A defesa do deputado ainda não comentou o resultado do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral.
No ano passado, os integrantes da Corte já haviam cassado os direitos políticos do ex-prefeito em um julgamento sobre o escândalo conhecido como “Guardiões do Crivella”. Neste processo, o político é acusado de utilizar dinheiro público para contratar pessoas que trabalhariam em unidades de saúde para impedir críticas à gestão municipal.
O TRE também recomendou a perda de mandato, mas Crivella recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral para reverter a decisão.
As investigações do MP apontaram que o “QG da Propina” foi instalado na prefeitura com o objetivo de aliciar empresários para os mais variados esquemas de corrupção, com o foco na arrecadação de propina, mediante promessas de receberem uma espécie de “tratamento preferencial” em contratos com o Poder Público.
Os promotores chegaram ao suposto esquema após a delação do doleiro Sergio Mizhray, um dos presos na Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio.
Crivella chegou a ser preso nove dias antes de encerrar seu mandato no Rio, passou apenas uma noite no presídio de Benfica e logo depois recebeu uma liminar do Superior Tribunal de Justiça para cumprir prisão domiciliar. Dias depois, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes revogou a sanção.