O deputado estadual Leo Siqueira (Novo-SP) irritou-se com a equipe de policiais que faz a segurança de Izabela Nunes, filha do prefeito Ricardo Nunes (MDB), e cancelou visita que ela faria ao seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo na terça-feira (8).
Izabela havia combinado com o parlamentar que realizaria com ele uma entrevista como parte de um trabalho de faculdade —ela cursa economia na FGV, assim como fez Siqueira.
A equipe da Polícia Militar que cuida da segurança do prefeito, então, realizou inspeção prévia na Assembleia Legislativa de São Paulo, como faz de costume nos locais frequentados por Nunes e seus familiares.
A fiscalização dentro do gabinete revoltou Siqueira, que então telefonou para um dos policiais, colocou o aparelho no viva-voz e, em frente aos funcionários, avisou que a visita estava cancelada devido ao ocorrido.
Siqueira diz ao Painel que o pedido de entrevista partiu do próprio prefeito, em um encontro que tiveram em 11 de setembro.
Ele afirma que achou “muito estranho e invasivo” entrarem em seu local de trabalho e que em nenhum momento teria sido avisado por Izabela ou por qualquer outra pessoa do procedimento.
O parlamentar diz que foi respeitoso com o policial e que avisou que poderia dar a entrevista no dia seguinte e que poderiam realizar de novo o protocolo, mas sem entrar em seu gabinete.
Ele afirma que o convite para Izabela ainda vale, assim como para qualquer outro estudante, “desde que ninguém empunhe armas ou queira impor alguma autoridade no meu local de trabalho. Como sempre falo, a autoridade máxima é o povo”.
Em nota, a campanha de Nunes à reeleição diz que “lamenta a reação do deputado em relação a uma jovem que queria apenas fazer uma entrevista para um trabalho de faculdade” e que a “atuação da Assessoria Policial-Militar da Prefeitura foi a de praxe, com base nos parâmetros legais estabelecidos.”
“O Decreto Municipal 58.115, de 2 de março de 2018, prevê, no artigo 4º, que cabe à Assessoria cuidar da segurança ‘do prefeito, de seu cônjuge e filhos’. Foi o que fizeram os agentes, agindo dentro dos limites do bom senso e da urbanidade”, completa.
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