Representante dos familiares de reféns israelenses sequestrados pelo Hamas, a fotógrafa e produtora Inbal Zach fez um apelo a parlamentares brasileiros, em encontro na Câmara dos Deputados, para que eles pressionem países que mantêm diálogo com o grupo terrorista a atuarem em prol da libertação das 97 pessoas que ainda estão em Gaza.
“Preciso que eles [parlamentares] tomem ações, conversem com o governo e com a comunidade internacional e coloquem pressão total sobre Qatar, Egito, Turquia e Irã, aqueles com quem não podemos dialogar. Todos devem fazer algo, e não ficar quietos e seguir em frente”, afirma ela à coluna.
Zach desembarcou no Brasil na segunda-feira (7) para uma série de conversas com autoridades e integrantes da comunidade judaica em Brasília e no Rio de Janeiro sobre a situação dos reféns. Em 7 de outubro de 2023, sete de seus familiares foram levados pelos terroristas, e outros três, assassinados.
Dos reféns, seis foram libertados cerca de dois meses depois —entre eles, havia crianças de 3, 8 e 12 anos de idade. Seu primo Tal Shoham, 39, porém, segue sob o poder da facção, e seu retorno para casa ainda é incerto.
“É muito importante estar aqui para abrir os olhos dos brasileiros e fazer com que eles saibam o que aconteceu e segue acontecendo. Ainda não acabou”, afirma a fotógrafa, que desde o ataque de 7 de outubro mudou sua rotina para se dedicar integralmente à demanda pelo retorno dos reféns para casa.
“Parei tudo para lutar para que o meu primo volte para casa, para ser um porto seguro para minha família. Prometi que não vou parar até que ele volte para casa. Não parar significa viajar pelo mundo e garantir que todos saibam quem é Tal Shoham”, segue ela, que já esteve em Washington, Londres, Canadá e Bulgária para falar de sua causa.
Na noite de quarta-feira (9), Zach participou de uma exibição do documentário “Gritos Antes do Silêncio”, promovida pela Embaixada de Israel no Brasil, na capital federal.
O longa reúne depoimentos de pessoas que teriam testemunhado crimes sexuais praticados pelos terroristas contra mulheres israelenses no 7 de outubro, além de relatos de autoridades que tiveram contato com os corpos das vítimas. A maioria delas, segundo mostra o longa, tiveram seus órgãos genitais e seios completamente mutilados por integrantes do Hamas.
No meio da sessão, a embaixatriz Liora Zonshine, esposa do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, deixou a sala de cinema aos prantos e foi amparada por outras mulheres que acompanhavam a sessão. O chefe da representação diplomática israelense também chorou.
“Ao longo desse um ano, eu já tinha visto alguns trechos de vídeos, sabia de tudo o que aconteceu, mas não consegui assistir. Foi terrível, terrível”, explica Liora à coluna.
“Eu conheço pessoas que estavam lá e sobreviveram a este segundo Holocausto, e agora eles devem ser trazidos de volta o mais rápido possível. Eles estão famintos, estão sendo torturados, estão sendo estuprados. Você não pode imaginar. É como um Holocausto”, completa ela.
À MESA
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega foi o anfitrião do jantar de gala do Hospital do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente a à Criança com Câncer), realizado no Memorial da América Latina, na capital paulista, na terça-feira (8). O empresário João Amoêdo e a apresentadora Sonia Abrão estiveram lá. A noite foi marcada por uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Heliópolis, sob a regência do maestro Edilson Ventureli. O apresentador Celso Portiolli foi o mestre de cerimônias do evento. O CEO do Graacc, André Luis Negrão Albanez, também compareceu.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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