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Juca Kfouri: deu a lógica, prevaleceu quem é melhor – 20/10/2024 – Juca Kfouri

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A Fiel andou com fé porque a fé não costuma falhar.

Desta vez, falhou.

Porque a diferença técnica entre os dois times é abissal: 19 pontos separam o Flamengo do Corinthians no Brasileirão —e o rubro-negro tem um jogo a menos.

Nos primeiros minutos, no embalo da torcida, os alvinegros até buscaram se impor na base do entusiasmo, mas experiente e mais talentoso, o time carioca não se impressionou com o barulho.

Pulgar, De la Cruz, Dom Arrascaeta e Gerson são suficientemente frios e técnicos para não se impressionarem.

O cartão de visitas se apresentou logo no oitavo minuto, quando, por centímetros, não valeu o gol de Alex Sandro. O recado estava dado.

Verdade que o Corinthians não abandonou a ideia temerária de jogar de igual para igual com quem sabia lhe ser superior.

Disputava-se espaço no gramado como água no deserto.

Quem acendesse um fósforo nas arquibancadas mandaria Itaquera pelos ares, tamanha a tensão.

Exatamente na metade do primeiro tempo, dois ataques, um de cada lado, deram a certeza de que o gol era possível, restava saber para quem.

A cada bola na área paulista a dupla de zagueiros matava a Fiel do coração e a Nação de esperança.

Aos 27 minutos, Bruno Henrique solou a cabeça de Matheuzinho, imprudência que valeu expulsão e a entrada de Fabrício Bruno no lugar de Gabigol.

Daqueles acidentes do futebol que podem mudar resultado de jogos e enterrar favoritismos.

O Flamengo teria de jogar mais de uma hora com um jogador a menos, panorama incômodo, ainda mais em decisões.

Os corintianos não deixavam Gerson jogar. Quando não era na bola, era na falta.

Consciente de sua superioridade técnica, o Flamengo não deixou de atacar, mesmo que com cautela.

Ao fim do primeiro tempo o resumo era de clássico mais tenso que emocionante.

E com promessa de mudança entre os donos da casa para aumentar a criação com um jogador a mais.

De fato o Corinthians mudou, mas não o bastante para encurralar o rival, porque mexeu timidamente no setor de meio de campo, dominado pelo Flamengo, principalmente por Gerson, aquele que os italianos chamam de uomo squadra, presente em todos os pedaços do gramado.

Embora o goleiro Hugo Souza tenha sido praticamente um torcedor dentro de campo, e Rossi tenha trabalhado algumas vezes, poucas a bem da verdade, o 0 a 0 permaneceu congelado no placar, porque a frieza de um time acostumado aos grandes momentos prevaleceu, diante de mais de 46 mil torcedores, menos de 3 mil rubros-negros que se fizeram ouvir à medida que o clássico se aproximava do fim.

Flamengo e Atlético Mineiro decidirão a Copa do Brasil, com os cariocas em busca do pentacampeonato, nos dois domingos seguintes ao próximo, o do segundo turno das eleições municipais.

E por falar em segundo turno, ao Corinthians ainda caberá a dura luta para fugir da segunda divisão brasileira, além das semifinais da Copa Sul-Americana, contra o tradicional e mais preparado argentino Racing, jogo de ida já nesta quinta-feira, de novo em Itaquera.

Depois, na segunda-feira (28), a missão Cuiabá, a mais importante de todas nesta miserável temporada alvinegra, a cara da presidência indigente no comando do Parque São Jorge.

A fé, dizem, move montanhas. Mas tem lá seus limites.


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