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Deyverson, o Menino Maluquinho – 23/10/2024 – Juca Kfouri

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Mestre Tostāo sempre enfatiza como o imprevisível, o detalhe, o não pensado e o improviso são tantas vezes determinantes num jogo de futebol.

Assim não fosse e não seria jogo. Deyverson, o Menino Maluquinho do Palmeiras e agora do Atlético-MG, o Deyvinho dos atleticanos, está aí para demonstrar à exaustão como está certo o Tostāo.

Ele nem havia nascido quando, em 1980, outro mestre, Ziraldo, deu à luz o personagem que virou sucesso nas bancas de jornal e de revistas em quadrinhos.

A Deyverson, 33, de fato, falta um parafuso. Talvez mais. O que não falta é estrela, autor do gol do título da Libertadores do Palmeiras, em 2021.

Ele entrou já na prorrogação e, em seu primeiro lance, aproveitou-se de vacilo de Andreas Pereira, roubou-lhe a bola e fez o 2 a 1 que valeu ao alviverde o bicampeonato continental seguido, o tri na história.

Antes da façanha eterna, Deyverson aprontou mil e uma travessuras, e depois também. Como se jogasse com um estilingue no bolso do calção sem bolso.

Alguém dirá que ele é quase tão midiático como Dario, o Dadá Maravilha, outro ídolo do Galo.

Não fez nem fará tantos gols como Dário, mas aprontou, apronta e aprontará mais que o Beija-Flor pelos gramados brasileiros e do mundo afora.

Jogou em Portugal, na Espanha, na Alemanha e acabou indo parar em Belo Horizonte porque um cartola autoritário brigou com ele em Cuiabá.

E criou um problema para o técnico Gabriel Milito.

Quando o argentino anunciou que enfrentaria o River Plate no jogo de ida, das semifinais da Libertadores, com três atacantes, houve quem apreciasse a ousadia, assim como quem temesse a temerária decisão de escalar, entre Hulk e Paulinho, unanimidades, o Menino Maluquinho.

Não seria melhor deixá-lo, se preciso, para o segundo tempo? E se, em jogo de alta tensão, ele perdesse a cabeça e acabasse expulso?

Milito apostou e se deu bem.

Não perguntem a rara leitora e o raro leitor o que aconteceria caso desse errado.

Filipe Luís sacou Gabigol quando Bruno Henrique saiu expulso contra o Corinthians, pôs Fabrício Bruno e, igualmente, deu certo, mas pagaria as penas do inferno caso o Flamengo terminasse eliminado em outra semifinal, a da Copa do Brasil.

Porque ainda não se inventou o decálogo do futebol, os mandamentos infalíveis para obter vitórias ou empates para seguir adiante.

Como agirá Milito no jogo da volta, no Monumental de Núñez ocupado por mais de 80 mil torcedores, segundo se anuncia?

Cada jogo é um jogo, diria o Conselheiro Acácio, talvez o primeiro artigo do decálogo inexistente.

Para suportar a óbvia pressão portenha das Gallinhas será melhor optar por esquema mais defensivo, com três gols de vantagem em Buenos Aires? Ou aproveitar os espaços inevitáveis e partir para nova vitória com atacantes rápidos e frios como tem o Galo?

Deyverson, que em entrevista ao diário argentino Olé disse que sonha em jogar no Boca Juniors, autor de dois gols e do passe para o terceiro no Terreirão do Galo, certamente será provocado pela torcida e jogadores do River, com motivos de sobra para tê-lo na conta do demônio em forma de gente.

Mas como privá-lo da titularidade depois de brilhar na noite mineira?


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