Barbosa presta depoimento pelo 2º dia consecutivo na ação penal em que é réu pelo assassinato da vereadora Marielle Franco
O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa disse nesta 6ª feira (25.out.2024) ao STF (Supremo Tribunal Federal) que se sente humilhado por ter que usar algemas nos pés no presídio federal em Mossoró (RN), onde está preso. 
Barbosa presta depoimento virtual pelo 2º dia consecutivo na ação penal na qual ele e outros acusados são réus pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio.
Durante o depoimento, Rivaldo Barbosa disse que está preso há 7 meses e não tem contato com outros detentos. “Estou com os pés algemados. É muita humilhação. Eu fico me perguntando: Deus, o que eu fiz para estar aqui?”, disse.
Barbosa também relatou os momentos que antecederam sua prisão. Segundo ele, antes de deixar a residência com os agentes da Polícia Federal, fez uma oração com sua família.
“Na hora que estava saindo, minha filha Letícia levantou do sofá e disse: ‘A gente vai fazer uma oração’. Ela pediu: ‘Deus, traz a verdade. Só te peço a verdade’”, afirmou.
O ex-delegado também criticou os policiais federais que realizam sua prisão e disse que “faltou sensibilidade” na abordagem com sua esposa, Érica Andrade, acusada pela PF de atuar na lavagem de dinheiro que teria sido recebido pelo casal.
“A policial federal, no momento de busca e apreensão, não respeitou minha mulher. Mandou ela sair [do quarto] de babydool, ficar assim na frente do porteiro. Vou chamar de falta de sensibilidade para não ir além”, disse.
Rivaldo Barbosa também voltou a dizer que não tinha nenhum tipo de relacionamento com o ex-policial Ronnie Lessa e os irmãos Brazão.
Lessa é o principal delator da investigação e réu confesso de realizar os disparos de arma de fogo contra a vereadora. Segundo ele, Rivaldo e os irmãos são os mandantes do crime.
Além de Rivaldo Barbosa, e os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira também são réus pelo assassinato de Marielle.
Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
De acordo com a investigação realizada pela Polícia Federal, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que têm ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro.
Segundo os investigadores, Rivaldo Barbosa “planejou meticulosamente” o crime e ajudou a impedir a investigação inicial do caso.
Com informações da Agência Brasil.
