Jamshid Sharmahd foi morto por ter suposta ligação com terrorismo; o país prometeu europeu sanções contra o governo iraniano
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, anunciou nesta 5ª feira (31.out.2024) o fechamento dos 3 consulados iranianos no país. A medida é uma resposta à execução, na 2ª feira (28.out), de Jamshid Sharmahd, cidadão iraniano-alemão acusado de “terrorismo” por Teerã.
Os consulados de Frankfurt, Hamburgo e Munique encerrarão suas atividades. A única representação do Irã em território alemão será a embaixada em Berlim. A Alemanha também anunciou que aplicará sanções à Guarda Revolucionária Iraniana e outros órgãos do país persa.
“Deixamos claro, repetida e inequivocamente a Teerã que a execução de um cidadão alemão terá consequências sérias […] O assassinato de Jamshid Sharmahd mostra que tipo de regime desumano existe naquele país: um regime que usa a morte contra a sua juventude, a sua própria população e cidadãos estrangeiros”, disse a ministra Baerbock em uma postagem no X (ex-twitter).
O chanceler alemão, Olaf Scholz (SPD, centro-esquerda), já havia condenado a execução de Jamshid, afirmando em uma publicação no X que a ação do governo iraniano “é um escândalo que condeno nos termos mais fortes possíveis”. A União Europeia publicou uma nota em que também condena o Irã, apelando para que o país “se abstenha de quaisquer execuções futuras”.
Condenação do Irã
Jamshid Sharmahd foi acusado pelo Irã de planejar um atentado a bomba contra uma mesquita em 2008. O governo iraniano alega que Jamshid era líder do grupo Tondar, organização sediada na Califórnia que defende a restauração do governo pró-Ocidente derrubado pela Revolução Islâmica de 1979.
O dissidente teria sido sequestrado em 2020 pelas forças de segurança do Irã, sendo condenado à morte por um tribunal do país em 2023. Ele morava nos Estados Unidos desde 2003.