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Metade de quem tem até 2 anos não completou vacinação no Centro-Oeste

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Estudo analisou dados das capitais Campo Grande, Brasília, Goiás e Cuiabá; menores coberturas de vacinação estão entre famílias com maior poder aquisitivo

Cerca de 52% das crianças de até 2 anos não estavam com o esquema vacinal completo nas capitais do Centro-Oeste durante a pandemia, segundo estudo realizado pelas universidades federais do Mato Grosso (UFMT), Goiás (UFG), Mato Grosso do Sul (UFMS) e Brasília (UnB). Conforme os pesquisadores, as menores taxas de vacinação foram registradas em famílias de alta renda.

Foram analisados dados de setembro de 2020 a março de 2022 –auge da pandemia de covid-19– com 5.715 crianças nascidas em 2017 e 2018. As informações foram coletadas por meio de questionários e cadernetas de vacinação. O estudo abrangeu Cuiabá, Goiânia, Campo Grande e Brasília, capitais das respectivas unidades da federação. Eis a íntegra (PDF – 470 kB).

A capital Campo Grande apresentou o percentual de vacinados mais baixo do grupo. Até os 24 meses, só 39,9% das crianças tinham o esquema vacinal completo. Cuiabá aparece em 2º, com 46,2%, seguida de Goiânia, com 47,2%, e Brasília, com 54,5%.

O índice melhora quando analisada a vacinação nos primeiros 12 meses de vida das crianças. Campo Grande registra 60,2% de cobertura vacinal completa, seguido de Cuiabá (60,4%), Goiânia (62,1%) e Brasília (76,3%).

Segundo o estudo, a cobertura vacinal do esquema completo aos 12 e aos 24 meses de idade, com doses válidas em crianças residentes nas capitais da região Centro-Oeste do país, foi inferior a 80%. A meta preconizada pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde é de que se alcance 95%.

ESTRATO SOCIAL

Ao considerar os estratos de renda, o estudo conclui que há diferença estatística na cobertura vacinal. Nas capitais Brasília e Campo Grande, a classe A (alta) alcançou a pior taxa vacinal, não chegando a 30% de cobertura. Já em Goiânia e Cuiabá, os menores percentuais de vacinação foram das classes B e C, com 37,1% e 31,8%, respectivamente.

Segundo o estudo, a diferença na motivação para não aderir ao esquema vacinal pode ocorrer por hesitação ou falta de acesso a serviços básicos. A causa também varia conforme a classe social.

“Indivíduos de estratos sociais mais elevados deixam de vacinar ou vacinam seus filhos por hesitação vacinal ou recomendações de profissionais de saúde. Já aqueles pertencentes a estratos sociais mais baixos não se vacinam por falta de acesso aos serviços de saúde e desconhecimento da importância das vacinas”, afirma o estudo.

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