A participação de pessoas negras e pardas nas empresas de comércio exterior melhorou nos últimos anos. Mas, a desigualdade em relação aos postos de trabalhado e aos salários ainda é muito forte. A conclusão é de um estudo inédito divulgado nesta quinta-feira (7) pelo MDIC, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Segundo a pasta, a presença desses trabalhadores nas empresas exportadoras, por exemplo, passou de 34% para 41% na última década.
Mas, quando se trata dos cargos de gerência e direção, o indicador cai para 20%. Nas empresas que não atuam no comércio exterior, por exemplo, o percentual chega a 34%.
Nos altos cargos das firmas importadoras, os resultados também mostram uma situação parecida.
Além disso, há diferenças salariais: nas exportadoras e importadoras, por exemplo, os trabalhadores negros recebem em média 61% do salário dos brancos.
A maior diferença é em relação a mulheres negras: elas recebem 44,4% do salário de homens brancos nas empresas exportadoras.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que estava no lançamento do estudo no MDIC, em Brasília, destacou a importância desse tipo de informação.
Durante o evento, foi lançado também o Programa Raízes Comex. A iniciativa vai capacitar pessoas negras para atuarem no comércio exterior. Além de ampliar o número de empresas lideradas por esses trabalhadores no comércio exterior brasileiro, por meio de um prêmio. Foi o que explicou o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.
O 1º Prêmio de Inclusão e Diversidade Racial no Comércio Exterior será lançado ainda este mês, segundo o governo.