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Corridas de instituições ajudam a atrair doadores – 09/10/2024 – No Corre

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Há tempos a corrida de rua tornou-se uma plataforma de divulgação e mobilização de causas sensíveis. No calendário paulistano, por exemplo, instituições notáveis como o Graacc –Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer– organizam regularmente provas de corrida e caminhada.

Para o Graacc, que é hospital de referência no tratamento de alta complexidade do câncer infanto-juvenil, o que está em jogo é a sensibilização de novos doadores. O evento, que acontece há mais de 20 anos, sempre no Dia das Mães, até pode ser superavitário, mas sua arrecadação jamais dará conta dos custos do hospital –cerca de R$ 170 mi em 2023.

O Graacc atende cerca de 4.500 pacientes por ano, 75% deles trazidos pelo SUS, e os repasses governamentais, segundo a instituição, cobrem apenas 20% do custo hospitalar. A taxa média de cura está em 72%.

Em 1º de dezembro, em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, é o Instituto Olga Kos, entidade voltada para o atendimento de pessoas com deficiência –síndrome de Down, notadamente– e vulnerabilidade social, que organiza a décima edição de sua corrida e caminhada (distâncias de 6,1km e 10km). A organização pretende reunir 12 mil participantes.

No Rio, no dia 20 de outubro, a Ação da Cidadania, a ONG fundada por Betinho nos anos 1990 para combater a fome no Brasil, também arma um evento de corrida e caminhada na enseada de Botafogo. O objetivo é arrecadar cestas básicas para o Natal sem Fome, ação regular da ONG.

O valor é módico, R$ 60, cerca de 30% a 50% do valor de uma inscrição para uma corridinha de 5K dessas que dominam os fins de semana das grandes cidades. São três circuitos: 1km de caminhada, 3km (corrida e caminhada) e 5km (corrida). São 2.000 vagas.

Para quem valoriza a qualidade do kit, da camiseta, da medalha e ainda a fartura da hidratação, é importante dizer que estes eventos têm padrões dignos de circuitos estabelecidos. Os mesmos grandes promotores de corrida também atuam aqui.

Se participar de eventos com verba destinada a instituições realmente preocupadas com pessoas vulneráveis pode ser tocante –é difícil não se emocionar com as fotos das crianças no “bib” (número de peito) do kit da corrida do Graacc–, há que se lamentar a apropriação do esporte pelos malandrões e oportunistas de sempre.

No duradouro tempo áureo da Lava Jato, surgiram dezenas de corridas cujos motes compreendiam protestos contra o establishment político e apoios à famosa comarca quixotesca curitibana. Uma dessas provas, em São Paulo, tinha o singelo nome de “Não Aceito Corrupção“. Era promovida por uma organizadora de ponta.

Anos que parecem milênios depois e o centrão e Gilberto Kassab tendo recolocado a política no modo business as usual, não duvido que alguém já esteja pensando em vender kits e inscrições para um 10km pela anistia aos que “lutaram” pelo 8 de Janeiro.

Não estou dando ideia.


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