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Em evento com Lula, Boric critica esquerda por omissão sobre ditaduras

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Fala do presidente do Chile se deu durante evento em defesa de democracia promovido pelo Brasil em Nova York

O presidente do Chile, Gabriel Boric (Frente Ampla, esquerda), criticou nesta 3ª feira (24.set.2024) as omissões da ala progressista sobre as ditaduras de líderes de esquerda na América Latina. Segundo ele, é necessário que países que se consideram progressistas defendam princípios claros e adotem posição unitária em defesa da democracia. 

“Isso [criticar ditaduras de esquerda] acho que às vezes fracassamos, porque não usamos a mesma medida para criticar aqueles que estão dos nossos lados. Isso é algo que já aconteceu muitas vezes na América Latina, e isso nos prejudicou muito. Já conversamos muito com o presidente Lula sobre isso, como a ‘venezuelização’ da nossa política interna causou prejuízo muito grande para as esquerdas”, declarou o presidente chileno. 

A declaração foi feita durante o evento “Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo”, organizado pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez (Psoe, centro-esquerda), em Nova York. 

O encontro pretendia discutir o avanço da direita considerada extremista nas redes sociais e a viabilização eleitoral de líderes desse espectro político no mundo. Lula, porém, não pretendia abordar a questão da Venezuela ou da Rússia, consideradas ditaduras pela maioria do Ocidente. 

Também estiveram presentes no evento: 

  • Emmanuel Macron, presidente da França;
  • Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá;
  • José Maria Neves, presidente de Cabo Verde;
  • Charles Michel, presidente do Conselho Europeu;
  • Mia Motley, primeira-ministra de Barbados;
  • Xanana Gusmão, primeira-ministra do Timor-Leste.

Além dos chefes de Estado, também estavam presentes os representantes de Noruega, Colômbia, Quênia, México, Estados Unidos, Senegal e ONU (Organização das Nações Unidas).

FALA DOS PRINCIPAIS LÍDERES PRESENTES

  • Pedro Sánchez: iniciou o seu discurso falando sobre a defesa de “ataques reacionários sistemáticos” que “ameaçam todas as democracias”, classificando a desigualdade e a propagação do discurso e ódio como os “grandes paradoxos” atuais da geração. Finalizou citando os movimento “ultradireitistas” e os seus “perigos” às democracias, incitando outras reuniões com o mesmo tema como resposta à “onda reacionária” mundial;
  • Justin Trudeau: reforçou a necessidade de combater o extremismo político e o autoritarismo que, segundo ele, está “envenenando” as sociedades. Para isso, sugeriu o combate à desigualdade social e defendeu a reforma de instituições internacionais. Também apoiou a supervisão eficaz dos meios de comunicação a fim de combater desinformação e o discurso de ódio;
  • Emmanuel Macron: ressaltou a presidência brasileira do G20 como um espaço para também apoiar as democracias e o combate ao extremismo político anti-democrático. Destacou a importância dos direitos, em especial aos das mulheres que, segundo ele, são as mais afetadas pelas violações dos direitos humanos. Também defendeu a regulação de mídias digitais para criar uma “ordem digital democrática”, para evitar a derrocada da ordem vigente;
  • Estados Unidos: representado pelo vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, disse que a democracia está passando por um momento histórico de ponto de inflexão, agradecendo ao Brasil e a Espanha por promoverem o diálogo entre países para o fortalecimento da democracia no mundo. Classificou a invasão da Rússia à Ucrânia, a corrupção, violação de direitos humanos, “mal uso” da tecnologia e extremismo político como desafios para as democracias mundiais. 

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