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Atendimento veterinário on-line subiu 400% em 2 anos, diz startup

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Dr. Mep afirma que a tendência é que esse tipo de atendimento cresça, mas complementando o presencial e não o substituindo

A CEO da startup pioneira em telemedicina veterinária Dr. Mep, Nathalia Lubini, afirma que os atendimentos na modalidade on-line na plataforma cresceram 400% de 2022 a 2024. Ela diz que a tendência é que essa modalidade cresça, mas não substitua o atendimento presencial, principalmente em casos de emergência. 

A telemedicina veterinária é regulamentada pela Resolução nº 1465 de 2022, do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária), que define as diretrizes e os limites para a prática. Eis a íntegra (306 kB – PDF). É uma solução criada especialmente depois da pandemia. A consulta presencial, porém, permanece sendo o “padrão ouro”, como diz a norma.

Nathalia diz que a Dr. Mep trabalha muito na parte educativa para mostrar a tutores e veterinários como a telemedicina para animais funciona. Segundo ela, a Dr. Mep tem mais de 1.000 profissionais cadastrados atendendo na plataforma. No Brasil, são mais de 160.000 profissionais –uma parcela que considera pequena para a telemedicina. 

“Isso se deve à falta de conhecimento da regulamentação da telemedicina. Nós temos uma veterinária responsável que está sempre trazendo informações para esses veterinários sobre como atender, sobre como melhorar o serviço ofertado para o tutor. Temos alguns parceiros que fazem conteúdo para as redes sociais sobre a telemedicina”, disse a CEO.

Nathalia explica que o tutor não pode realizar nenhum tipo de procedimento no animal, como aferir temperatura, durante as teleconsultas, mas o veterinário consegue dar instruções, por exemplo, para que o tutor mostre a gengiva ou a orelha pela câmera ou envie imagens ou exames. 

Segundo a profissional, antes da regulamentação da telemedicina para animais, os veterinários ficavam restritos a atender perto de onde estavam e agora houve uma ampliação dessa rede de atendimento. “A Dr. Mep atende atualmente, principalmente, regiões mais afastadas, como interior da Bahia e interior de Minas Gerais. Locais que não tem acesso veterinário rápido ou próximo”

A CEO diz também que o valor de uma consulta tende a ser mais acessível que a presencial. O preço médio na forma on-line é de R$ 50 com um clínico geral e de R$ 110 com um especialista.  Uma consulta presencial pode custar cerca de R$ 150. 

Nathalia afirma que o principal papel da empresa é “democratizar o atendimento veterinário e chegar ao maior número de pessoas possível”. A empresa tem um projeto para atuar junto a prefeituras para que o governo municipal ofereça o serviço veterinário de forma gratuita para a população. Ela explica que há alguns Estados com Hospital Veterinário Público, mas nenhum oferece ainda o serviço de telemedicina. 

Ao explicar como surgiu a ideia de criar a plataforma, Nathalia diz que sua sócia, Gabriela Lima, é veterinária e durante a pandemia percebeu a necessidade que os tutores tinham de contatar o veterinário por meio de ligação ou mensagem. 

“A gente sabia que o mercado pet era muito grande e que não havia uma ferramenta desse tipo ainda. Mas nós queríamos que fosse lançada junto com a regulamentação. Então, a ferramenta em si ficou pronta durante a pandemia, mas nós lançamos somente em 2022, que foi quando o CFMV regulamentou”, afirmou Natalia.

Telemedicina veterinária no Brasil

O CFMV diz não ter dados específicos sobre o mercado de telemedicina veterinária no Brasil “porque muitos médicos-veterinários utilizam suas próprias plataformas ou tecnologias para prestar esses serviços”. O órgão não centraliza as informações sobre as consultas realizadas de forma remota.

Por mais que ainda não hajam números consolidados para se ter um panorama geral sobre a modalidade, o CRMV/PR (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná) realizou o estudo “Demografia da Medicina Veterinária 2022”, que diz que no Brasil 24,8% dos médicos veterinários trabalham à distância. Eis a íntegra do estudo (10 MB –PDF).

O médico veterinário e gerente técnico do CFMV Fernando Zacchi declara que a regulamentação da telemedicina veterinária já era pensada, mas só depois da pandemia que foi de fato implementada porque na época da covid-19 os profissionais precisavam desse instrumento.

O profissional lembra, porém, que a melhor forma de atendimento continua sendo a presencial. “A telemedicina vem para complementar esse atendimento”

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