A Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta terça-feira (5), a soltura de 10 torcedores do Peñarol suspeitos de envolvimento em uma briga generalizada na orla do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital fluminense.
A confusão ocorreu horas antes da partida do time uruguaio contra o Botafogo, pela semifinal da Copa Libertadores, no dia 23 de outubro.
Na decisão, o juiz Marcello Rubioli, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, justificou que o Ministério Público demorou a oferecer denúncia contra os suspeitos, o que tornou as prisões preventivas injustificáveis, mesmo com indício de participação deles no tumulto.
Apesar de liberados, os suspeitos deverão cumprir medidas cautelares alternativas.
De acordo com a decisão, os uruguaios não podem deixar o Brasil até o julgamento, nem frequentar eventos esportivos.
Os torcedores devem ainda declarar o local onde permanecerão no país, e comparecer em juízo de dois em dois meses para justificar as atividades.
Já os 11 uruguaios que continuam presos aguardam decisão da Justiça sobre pedidos de liberdade. Os que não ficaram presos foram escoltados até a fronteira do Brasil com o Uruguai.
“Os réus respondem por vários crimes, como lesão corporal, roubo, dano, resistência, desobediência, desacato, injúria racial e por promover tumulto, praticar ou incitar a violência ou invadir local restrito aos competidores ou aos árbitros e seus auxiliares em eventos esportivos”, afirmou o Tribunal de Justiça.
Mais de 280 torcedores do Peñarol foram levados para a Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, após a confusão, que se estendeu pela orla e afetou alguns banhistas, além do trânsito na região. Ao todo, 21 torcedores uruguaios foram presos.
A Polícia Militar afirmou que torcedores do Peñarol “cometerem uma série de atos de vandalismo, saques e depredação de estabelecimentos comerciais e veículos”. Uruguaios envolvidos na confusão também teriam incendiado motos estacionadas.
De acordo com a polícia, o furto de um celular por um uruguaio e gestos racistas feitos pelos estrangeiros deram início à confusão. Ao menos três pessoas ficaram feridas e precisaram ser levadas para o hospital.
Depois do tumulto, o secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, admitiu que houve falha no planejamento para receber os torcedores uruguaios.
