A deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) afirma que o mundo pode testemunhar uma nova tragédia humanitária caso os ataques de Israel ao Líbano não sejam contidos. Descendente de libaneses, ela viajou ao país pela última vez em 2015 e tenta, neste momento, contatar parentes que lá vivem.
“Está assustador. Isso vai levar a uma segunda tragédia humanitária”, afirma a parlamentar, em referência aos mais de 40 mil palestinos mortos no conflito em Gaza.
“Israel precisa ser parado, não pode fazer isso. É uma escalada geopolítica com interesses outros, não é combate ao terrorismo coisa nenhuma. É uma questão de anexação de território e de um governo assassino e genocida, de fato”, completa, citando o governo de Binyamin Netanyahu.
Feghali afirma que tem tentado contato com os familiares que vivem em território libanês, mas ainda não teve um retorno. “É preocupante. Pode ser que tenham mudado algum [endereço de] email, mas isso aumenta ainda mais a preocupação.”
Filha de um libanês que veio para o Brasil aos 18 anos e de uma mãe filha de libanês, Feghali é também sobrinha de uma cantora que foi muito famosa no país.
Na sua avaliação, o fato de os bombardeios israelenses não se restringirem à fronteira ao sul do Líbano, onde está localizada a base de operações do Hezbollah, e atingirem a capital Beirute torna a situação ainda mais preocupante.
Feghali ainda diz se sentir indignada com o que chama de inoperância internacional quando olha para o que ocorre em Gaza. “Não são dois Estados [em guerra], mas um Estado contra o povo. Quem está morrendo são os civis, mulheres e idosos.”
Na última semana, Israel lançou os maiores ataques aéreos contra o Líbano desde a guerra de 2006, matando mais de 600 pessoas. O grupo islâmico, por sua vez, disparou centenas de mísseis contra alvos no país vizinho, incluindo Tel Aviv, mas o sistema de defesa aérea israelense garantiu que os danos fossem limitados.
Nesta quinta-feira (26), o Exército israelense afirmou ter atacado no sul e no leste do Líbano cerca de 75 alvos que seriam bases do Hezbollah.
Mais tarde, disse ter bombardeado Beirute, e o som de uma explosão foi ouvido nos subúrbios ao sul. Uma pessoa da área de segurança disse à agência de notícias Reuters que o ataque teve como alvo um líder de alto escalão do Hezbollah. Muitos civis vivem e trabalham na região.
Na cidade libanesa de Younine, no leste do país, ao menos 23 pessoas, todas sírias e a maioria formada por mulheres e crianças, foram mortas em um ataque israelense a um prédio de três andares na noite de quarta-feira (25).
À MESA
A embaixadora da Síria no Brasil, Rania Al Haj Ali, o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o arcebispo metropolitano da Arquidiocese Ortodoxa Antioquina de São Paulo e Todo o Brasil, dom Damaskinos Mansour, compareceram ao jantar em comemoração ao 19º aniversário do Núcleo de Cultura Árabe do Esporte Clube Sírio, em São Paulo, realizado na quarta-feira (25). O vice-presidente administrativo do clube, Alberto Azank Junior, a diretora de filantropia, Rita de Cássia Halti, e o vice-presidente esportivo, Andre Mouaccad, receberam os convidados.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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